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Thaynara Oliveira - Parasitoses intestinais ou, simplesmente, vermes: o que você precisa saber

As parasitoses intestinais, popularmente conhecidas como vermes, são infecções em que o parasita invade o sistema gastriointestinal e passa a habitar e colonizar o intestino. Como inquilinos, utilizam o espaço para se alimentar, se reproduzir, podendo, durante o ciclo, causar (ou não) sintomas no hospedeiro.


Os principais tipos de vermes que infectam o organismo humano pertencem aos grupos dos helmintos e dos protozoários, tendo como seus principais representantes: ameba, giárdia, lombriga, oxiúria, schistossoma mansoni e ancilostomídeo. As principais formas de contágio utilizadas pelo parasitas para invadir o organismo são por meio da boca e contato fezes, através de mãos sujas, ingestão de água ou alimentos contaminados, por exemplo; ou ainda por inoculação direta na pele.


E quando suspeitar de infecção por verminoses? Os sintomas mais sugestivos são: dor abdominal, náuseas, diarreia, anemia, prurido anal, distensão abdominal e até tosse seca (sim, alguns vermes têm ciclo pulmonar, isto é, antes de invadir o sistema digestivo, passam pelo pulmão gerando tosse seca).


O diagnóstico da parasitose intestinal é feito, principalmente, por meio de exame de fezes comum em uma ou três amostras, com pesquisa geral ou específica para determinado parasita, sorologias, testes moleculares, swabs, dentre outros.


O tratamento depende do tipo do parasita e envolve não só a tomada de medicamento como mudança de hábitos para evitar reinfecção. É importante salientar que não há evidência científica que sustente a necessidade do uso de antiparasitário de maneira rotineira para prevenção da parasitose intestinal. Afinal de contas, existem no trato intestinal parasitas que fazem parte da microbiota intestinal e que não devem ser eliminadas, visto que participam do equilíbrio funcional do intestino. Em caso de suspeita ou de diagnóstico, aquela mensagem de sempre: não se automedique! Procure um médico!


As principais formas de prevenção de parasitose envolvem hábitos de higiene e manutenção de saneamento básico, a saber: ingesta de água potável filtrada ou fervida; lavar corretamente frutas e verduras; não ingerir carnes cruas; cozinhar bem os alimentos; andar sempre com os pés calçados; lavar as mãos com água e sabão após sair do banheiro, manusear areia e ou sujidades; além de cuidados com banhos de rio.


Vamos desmistificar alguns conceitos relacionados a verminoses?


1 – Comer doce não causa verme. Isso mesmo que você leu: NÃO CAUSA VERMES! Essa crença popular não tem fundamento científico. Nem o doce causa verme e também não há problema em ingerir doce fazendo uso de medicamento para tratar verme;


2 – Vermes não causam manchas brancas na pele. É comum as pessoas associarem manchas brancas à presença de vermes no organismo, porém não há relação entre uma coisa e outra. Procure um médico e investigue a causa dessas manchas, porque verme não é!;


3 – Comer coisas estranhas como barro não está necessariamente ligado à presença de vermes. Alotriofagia, ou simplesmente Síndrome de Pica, cujo nome remete ao pássaro de nome Pica Pica que tem o hábito de comer tudo o que vê pela frente, caracteriza-se pelo desejo desenfreado de ingerir substâncias não comestíveis, como barro, cinzas, por exemplo. Tal síndrome está associada diretamente a carências nutricionais e não à presença de vermes. Contudo, a pessoa que possui a síndrome pode ter vermes, mas eles não são a principal causa do problema. Entendeu?


4 – Pode tomar remédio de verme e comer ovo, tomar leite, comer carne de porco (bem cozida) ao mesmo tempo. Não há nenhuma interferência no tratamento a ingestão de quaisquer desses alimentos. Essa informação é um mito daqueles!


Por fim, verme é um problema de saúde pública que tem uma relação direta com condições de higiene e saneamento básico e engana-se quem pensa que se trata de um “problema de criança”.


E aí, essas informações foram úteis para você? Dos mitos acima, você acreditava em algum deles? Conta pra gente! Até a próxima!


Thaynara Oliveira

Médica - CRM/SE 6070


* o texto acima é meramente informativo e não substituiu a consulta médica.

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