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Nos últimos anos, com o desenvolvimento das novas abordagens historiográficas, as questões regionais e locais estão recebendo maior enfoque, tanto nos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientai. O município de Malhador de acordo com a divisão fisiográfica do Estado de Sergipe está situado na zona central do território sergipano. A sede municipal, cujas coordenadas geográficas são: latitudes S: 10º30'33" e longitude W: 37º18'12", fica localizada na parte sul do território do município, a pequena distância da margem esquerda no rio Jacarecica.

Malhador localiza-se na microrregião do Agreste de Itabaiana, distante 49 Km da capital do Estado. A ligação do município com a capital e com outros municípios sergipanos é feita através das rodovias estaduais SE 206 e SE 104 e da BR 101.

O local onde se encontra Malhador é alto e seguro. Tornou-se um ponto certo para os criadores levarem seus rebanhos. Daí a explicação do nome: "Lugar alto e plano onde o gado se deita para ruminar e descansar". Curiosamente, o município não nasceu a partir da construção de uma capela mas as primeiras casas se deram para que os vaqueiros de Itabaiana, pudessem também descansar.

Os primeiros registros da existência de Malhador são do final de 1600. Mas apesar da influência e da proximidade com Itabaiana quando Riachuelo se tornou vila em 1874, Malhador passou a ser dependente da nova vila. Essa dependência trouxe alguns frutos, como por exemplo a cana-de-açúcar, que tinha em Riachuelo uma gigantesca produção. Malhador chegou a ter os engenhos do Caboclo, que iria pertencer a Augusto da Santa Rosa; o da Motaca, de José Joaquim de Santana Cardoso e o de Conguandá, de José Tavares.

Mas os engenhos de Malhador não duraram muito. É a questão de vocação. Eles acabaram se, transformando em alambiques e fazendas de criação de gado. Grandes matas eram derrubadas para que os bois avançassem.

Conta-se que certa vez Pedro Menezes, tido como hostil, mandou 12 capangas acabarem com uma feirinha que nascia no povoado de Malhador. O povo reagiu.

Aproveitando-se da situação, José Sotero, conhecido como Zezé do Canto alegre, apesar de conversador servia à população pobre de Malhador. Dava terras para o povo fazer roças e terrenos para que construíssem suas casas. Não cobrava nada de ninguém. Zezé tinha influência estadual, sendo que seu primo, Manuel Dantas, era presidente do estado. O resultado é que por volta de 1920, Malhador já era o mais importante de Riachuelo. Em virtude do seu desenvolvimento, alguns moradores chegaram a propor mudar o nome do município, mas a idéia não prosperou.

A vila de Malhador foi levada a condição de cidade no governo de Arnaldo Rollemberg Gareez. Através de decreto da Assembléia Legislativa,o governo sancionou a lei N° 525-A, com data de 25 de novembro de 1953.

Essa lei não criou somente o município de Malhador, junto ele foram criados também os municípios de Amparo do São Francisco, Barra dos Coqueiros, Carira, Cumbe, Itabi, Macambira, Malhada dos Bois, Monte Alegre de Sergipe, Pacatuba, Pedrinhas, Pinhão, Poço Redondo, Poço Verde, Tomar de Geru e Pinhão.

Como o município criado e agora desmembrado de Riachuelo, a instalação do mesmo passou a depender da eleição e posse de prefeitos e vereadores.

A partir de 25 de novembro de 1953, Malhador já podia eleger seus dirigentes, ter administração própria , decretar e arrecadar tributos , aplicar a suas rendas, organizar os serviços públicos locais. Realizava-se desse modo o sonho dos seus habitantes acalentados durante anos. Malhador passa a ser sede do município com o mesmo nome. Entre os seus povoados e comunidades estão:

• Adique,
• Alecrim,
• Antas,
• Gavião,
• Jorge,
• Maxixe,
• Palmeiras,
• Pica-Pau,
• Saco-Torto,
• Saco do Fundo,
• Poço Terreiro,
• Santo Isidoro,
• Siebra,
• Tabua,

• Tingui

Nas cidades do interior do Nordeste, as feiras livres vão além do aspecto comercial onde estão a venda diversos produtos. Trata-se de um dia festivo, as pessoas se encontram, trocam informações, uma vez que durante os demais dias da semana ficam praticamente isoladas, cada um cuidando de suas atividades. Em Malhador não poderia ser diferente, a feira representava esse ponto de encontro. Além das tradicionais compras, todos aproveitavam para saber notícias de parentes, amigos e conhecidos que moram em outras regiões do município.

Hoje, porém, este aspecto cultural está descaracterizado. Com a transferência da feira da Praça Coronel Tércio Veras para o novo mercado localizado na Av. Valter Franco, desapareceu a principal característica, ou seja, a feira tornou-se apenas local de exposição e venda de produtos, aquela convivência com aspecto festivo já não existe mais.

Fonte: http://sergipecc.blogspot.com

Malhador

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