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Thaynara Oliveira - “Check-up” para saber como está a saúde: como e quando realizar?

Atualizado: 9 de set. de 2022


A resposta para essa pergunta é: depende! Antes de mais nada, vamos entender o que é um check-up de saúde? O termo check-up, traduzido para a língua portuguesa, quer dizer checar, conferir. Em termos médicos, é a medida de verificar como está a saúde por meio de exames clínicos e complementares, objetivando o diagnóstico precoce de possíveis agravos à saúde. E o que isso quer dizer?


Na verdade, ao invés de check-up, o ideal seria definir como “consulta periódica de saúde”. Isto por que, engana-se quem pensa que “check-up” restringe-se à mera realização de exames laboratoriais e/ou de imagem. Trata-se de uma análise completa que deve abranger itens como aferição de peso, pressão arterial, exame físico e uma anamnese detalhada sobre condições de saúde, histórico de doenças, situação vacinal, histórico familiar, hábitos de vida como uso de álcool e tabaco, dentre outros. A partir da análise desses itens é que se define a necessidade ou não de exames complementares e, consequentemente, sua periodicidade.


Então, levando em consideração que o objetivo dessa “consulta periódica de saúde” é prevenir e/ou tratar possíveis agravos à saúde, sua periodicidade, isto é, seu tempo de realização, deve ser realizado de acordo com situações específicas. Quais sejam: qual a sua idade? qual o seu gênero? Você tem algum tipo de problema de saúde? possui alguma doença de caráter crônico? Faz uso de medicamentos contínuos? Já foi submetido(a) a alguma cirurgia? Possui hábitos de vida ruins, alimenta-se mal, dorme mal, faz uso de drogas? Possui alguma queixa de saúde no momento? Essas e outras perguntas, associadas ao exame clínico, guiarão a realização de exames complementares ou não.


Excetuando-se os trabalhadores que são regidos por legislação específica que normatizam sua periodicidade para realização de exames de saúde, não há consenso na literatura para o período de realização de exames para a população em geral. E mais, se você que lê agora esse texto é uma pessoa jovem, sem histórico de doenças, sem comorbidades, entenda que não há a necessidade de realização de exames complementares semestralmente, por exemplo. E por que não?


Explico: como dito anteriormente, o objetivo da consulta periódica de saúde é evitar e/ou prevenir determinados agravos à saúde, certo? para tanto, exames complementares devem ser solicitados somente se necessário, evitando exposição desnecessária do paciente a determinados procedimentos, causando danos ao invés de benefícios.


Mas, “doutora, eu quero fazer e pronto!” Lembre-se que seu médico sabe o que é melhor para você. Confie! Todo médico tem como princípio não causar dano ao paciente (primum non nocere). Seguindo esse princípio, a história do check-up, também chamado de rastreamento, screening, só deve ser solicitada levando em consideração gênero, idade, comorbidades, dentre outras características, com periodicidade a ser analisada, levando-se em consideração: a epidemiologia de determinada doença a ser investigada, se os exames têm boa sensibilidade e especificidade, os riscos inerentes a sua realização (efeitos adversos, por exemplo), se a doença investigada tem tratamento disponível, enfim. Se você não tem nenhum sintoma, fazer exame por fazer não vale a pena. Isto por que nem todo diagnóstico tem tratamento e o fato de diagnosticar determinada doença precocemente não vai necessariamente trazer sobrevida.


Por favor, não me entendam mal e simplesmente usem esse texto como desculpa para protelar sua consulta médica. Nem tanto e nem tão pouco! Prevenção é importante! Só precisa estar bem indicada, ok?! Se você é jovem, saudável, vai no seu médico de confiança pelo menos uma vez ao ano e avalia com ele suas necessidades. Já tem mais de 40 anos ou menos que isso e possui problemas de saúde? A periodicidade da consulta ficará a critério de seu médico assistente.


Entendam que não é pedindo um ressonância magnética com contraste que seu problema de saúde será resolvido. Entendam que mais do que exames, a prevenção começa por você, pela maneira como você vive, como você come, como você dorme, como você se relaciona. Lembrem-se daquele velho e sábio ditado: “é melhor prevenir do que remediar”. E a maior fonte de prevenção sempre será você.


Thaynara Oliveira

Médica - CRM/SE 6070


* o texto acima é meramente informativo e não substituiu a consulta médica.

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