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Jilberto Oliveira - 7° Trilhão dos Amigos do povoado Alecrim


Às vezes, conhecemos fatos que acontecem muito longe da gente e desconhecemos outros que acorrem em nossa vizinhança. Estou me referindo a um evento que vem ganhando grande destaque em nosso município desde a primeira edição, realizada em 2012.


No último domingo, dia 07, ocorreu no Povoado Alecrim o 7° Trilhão dos Amigos. Um evento destinado para aqueles que apreciam fortes emoções sobre o transporte de duas rodas ou motos, como a maioria da população as denomina. O que surpreende nisso tudo é que, apesar desse encontro de motoqueiros constar no Calendário Oficial dos Trilhões do Estado de Sergipe, ainda permanece ignorado por boa parte da população malhadorense.


Tudo começou em um dia chuvoso do inverno de 2012. O jovem Lanzinho do Lava a Jato, entediado com mal tempo que fazia, achou as condições favoráveis para realizar um “rally” de motoqueiros. Com essa ideia em mente, convidou 8 amigos para tomarem parte dessa aventura a qual teve como ponto de partida a casa de farinha de Seu Airton, pai do idealizador. Após a largada, adentraram trilhas que eles já conheciam, localizadas nos sítios e fazendas da região, abrangendo uma vasta área que compõe os municípios de Malhador, Santa Rosa e Riachuelo.


Foi uma aventura prazerosa embora as motos utilizadas fossem as de 125 cilindradas, consideradas impróprias para esse tipo de esporte haja vista que as trilhas escolhidas exigiriam o máximo esforço daqueles pequenos motores. No entanto, para aquela primeira edição, os aventureiros tiveram de fazer algumas pequenas adaptações básicas a fim de tornar seus veículos mais competitivos. Sendo assim, tirava-se o farol e a “rabeta”, deixando-as apenas com o mínimo necessário.


Esse primeiro “rally” se encerrou no ponto de largada, ou seja, na casa de farinha de Seu Airton onde já se encontrava uma pequena “galera” a fim de receber os aventureiros em confraternização, regada à cerveja, refrigerante e churrasco. Foi um sucesso. A partir daquela data, chegaram outros motoqueiros e, aquilo que era apenas uma fuga de um domingo tedioso, tornou-se num evento que ocorreria a cada 15 dias.


Atualmente, o evento deixou de se chamar “rally”, passou a ser realizado uma vez ao ano e adotou o nome de “Trilhão dos Amigos”. Voltando ao tempo, percebe-se o quanto esse encontro cresceu. Hoje, não é só para um grupo de aventureiros do Alecrim, mas se expandiu para outras cidades da região e rompeu fronteiras de Sergipe, trazendo motoqueiros da Bahia, Alagoas e Pernambuco. Portanto, trata-se de um evento interestadual o qual tem movimentado a economia do povoado, baseada em um pequeno comércio de bares, supermercados e churrascaria. O ponto negativo do acolhimento é a falta de pousadas em Malhador. Por conta disso, os motoqueiros visitantes ficam hospedados em Moita Bonita ou Itabaiana.


Depois de dois anos sem ser realizado, devido à pandemia de Covid 19, o Trilhão dos Amigos retornou no último domingo, foi a edição que teve o maior número de participantes (250 ao todo), tendo como ponto de partida e chegada a quadra de esportes do Alecrim. O evento ofereceu todo o suporte necessário para o bem-estar dos motoqueiros. No domingo de manhã, foi servido café e, ao meio dia, almoço. Além disso, durante o percurso há pontos de apoio onde são servidos água, frutos e, no caso de necessidade, atendimento de primeiros socorros, tendo em vista que conta também com o auxílio de rádio comunicador, ambulância e profissionais da Saúde de prontidão.


Segundo alguns participantes entrevistados, o percurso do Trilhão é um dos mais bonitos e emocionantes entre os outros, pois oferece lugares que exigem dos trilheiros muita perícia e habilidade ao tempo em que podem desfrutar de belos cenários naturais compostos por rios, cachoeiras, despenhadeiros e paisagens rurais. Os maiores desafios para os motoqueiros estão na travessia do Poço da Barra no Alecrim e no Vieira, Fazenda Carro Quebrado. Há de se levar em consideração também que o percurso atravessa os maiores rios da região que são: o Vermelho, o dos Pitus e o Dangra.


Como já foi mencionado anteriormente, o Trilhão dos Amigos deixou de ser local e ganhou destaque além-fronteiras o que comprova um sucesso em ascensão. Todavia, não podemos deixar de atribuir os devidos créditos às pessoas que estão por trás desse grande encontro, compondo a organização. Entre elas, citamos: Lanzinho do Lava a Jato (mentor e idealizador), Gênisson, Rubem Bala, Marquinho, Saulo, Luzia (a voz de ouro de Malhador) e o jovem Chumbinho. Por outro lado, não se pode também deixar de mencionar alguns participantes como patrocinadores do evento: Buiu Signes, CC Motos, Marcenaria Mais Móveis, Alan Pinturas, Machão do Inhame, GR Tornearia e o Vereador Alisson do Nota Dez.


O Trilhão é uma festa democrática composta de amigos para amigos. A prova disso é que se encontravam presentes Petinho (prefeito de Riachuelo), Ronaldo (empresário daquele município), Júnior Torneiro (Candeias), Saulo (Material de Construção de Malhador) e o prefeito Assisinho também marcou presença.

O encontro de trilheiros que iniciou às 9h30, nesse domingo chuvoso, 07 de agosto, começou a declinar a partir das 14h ao chegarem os primeiros excursionistas da aventura. Quando os últimos motoqueiros chegaram ao Alecrim, ocorreu o ponto alto do evento no qual foram entregues os troféus a todos os participantes. O Trilhão dos Amigos não tem a finalidade de competir, mas apenas de confraternizar, por isso, não houve pódio. Na ocasião, Lanzinho que é o organizador principal, fez homenagem a Soró, o irmão mais velho e pioneiro do “rally”, falecido 7 anos atrás. Também foi homenageada, a título de madrinha do Trilhão, a ativista cultural do município, Luzia Claudia, em reconhecimento aos serviços prestados por ela à festividade motociclista.


Ao finalizar esse evento que coloca o povoado Alecrim no mapa dos grandes trilhões motociclistas do estado e da região, fica uma sensação do dever cumprido, pelo fato de se ter contribuído para que nosso município seja reconhecido não apenas como a terra do inhame, mas também como um solo fértil onde nasce gente que se destaca na Literatura, nos meios acadêmicos, na cultura e nos esportes. Ao enxergarmos os fatos por esse ângulo, visualizamos um Malhador diferente, menos provincial e muito mais pujante.


Seguem algumas fotos do evento:





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