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Jilberto Oliveira - Resenha do livro Esquina do Arco-íris, por Antônio Saracura


Jilberto Oliveira vive em Malhador, é professor aposentado, mas viveu boa parte de sua vida em São Paulo, migrante, bancário. Ele conta essa epopeia em “Trilhas do Cipoal”, com detalhes, romance biográfico (penso que é) que li e gostei. Trilhas é rico de memórias tanto sobre Jilberto moleque na zona rural de Malhador como sobre o profissional de sucesso na capital paulista.


Rapidinho, Jilberto lança novo livro, outro romance também biográfico (ele vai negar, porque nem tudo são memórias particulares), “Esquina do Arco-íris”. Um broto de Trilhas a meu ver, pois nasce em um momento daquele e explora e estende aspectos do mesmo contexto.


De uma vida aguerrida bem documentada na memória ou em anotações pode nascer uma coleção inteira de livros. Ouvi, outro dia, em entrevista dada ao professor Carlos Alexandre, em canal do You Tube, que o professor Jilberto está finalizando novo livro, este de crônicas, ainda este mês.


Só tenho que louvar mais um parceiro efetivo nessa missão de acender luz sobre os costumes e história de nosso povo esquecido e um tanto menosprezado até por ele mesmo.


“Esquina do Arco-íris” é um livro leve, construído ao correr da pena, mais até o capítulo XI (página 53), quando se limita a seguir os passos do narrador em aeroportos, ruas, casas, locais de trabalho, contatos sociais... Inocente. Eu louco atrás da brasa escondida que não conseguia identificar.


Então aqui, dona Jô expõe suas intimidades de um modo não usual. Era o ninho, a serpente se bulindo, e foi. Aparecia o necessário visgo condutor, sinal evidente de que valia a pena seguir em frente.


E até o final do livro, mesmo no tempo em que a heroína hiberna (mas age em volta com estratégia) e que acontecem os namoros menos tórridos (e nem precisava), há no ar sempre uma trovoada se armando. Até o golpe fatal, que faz o final do romance espetacular, se bem que esperado, mas nem por isso menos.


Dona Jô é o sol que esquenta “Esquina do Arco-íris” e é quem fica como marca indelével desse saudável romance de Jilberto Oliveira, que tem fôlego e jeito para produzir literatura útil.


Que venham novos livros!


Por Antônio FJ Saracura,

em 16 de junho de 2022



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